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Bactérias aumentam produtividade em lavouras de arroz, feijão e milho

08/11/2022

Em uma pesquisa realizada pela Embrapa Arroz e Feijão, foi medido o efeito de bactérias que habitam o solo sobre plantas de arroz de terras altas. O trabalho se valeu do conhecimento prévio acerca de seis tipos de microrganismos que reconhecidamente promovem benefícios para as culturas agrícolas, porém ainda pouco estudados com o cereal.

No laboratório, para cada uma dessas bactérias selecionadas, foi feita uma solução aplicada a sementes de arroz em um processo chamado microbiolização. Em meio de cultivo em tubos de ensaios, houve o desenvolvimento de mudas que, ao serem analisadas com o auxílio de equipamentos de processamento e programas de avaliação de imagens, apontaram um resultado promissor como o maior arranque inicial e melhor desenvolvimento radicular das plântulas.

Aumento de produtividade 

Em um dos trabalhos,a equipe coordenada pelo pesquisador da Embrapa Adriano Nascente , avaliou combinações de Serratia, um gênero de bactéria, com diferentes doses de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK) em áreas experimentais de arroz de terras altas, na Fazenda Capivara, pertencente à Embrapa e localizada em Santo Antônio de Goiás (GO).

O resultado de três colheitas foi um aumento médio de produtividade em 17% (cerca de 630 quilos por hectare a mais, considerando a produção total de 3.700 quilos por hectare ou 61 sacos de arroz) nos locais em que a bactéria estava presente, em comparação com a área que não possuía o tratamento com o microrganismo.

Já o aumento médio na produtividade de grãos para cada macronutriente combinado à bactéria Serratia foi de 16% para potássio, 17% para nitrogênio e 23% para fósforo. Em relação a este último elemento, ocorreu um fato importante que chamou a atenção dos pesquisadores.

Não existiu diferença no rendimento de grãos para os tratamentos de Serratia com e sem fertilizantes fosfatados. Isso sugere um benefício proporcionado pelo microrganismo.

Controle de qualidade necessário 

O estudo com microrganismos em associação a plantas pode gerar produtos comerciais, bastando comprá-los e aplicá-los nas lavouras; ou ainda podem ser adquiridos os agentes biológicos para a produção do bioinsumo dentro da própria fazenda (on farm).

Em ambos os casos, trata-se de uma prática que requer a observação de critérios de qualidade.

De acordo com o analista em microbiologia e bioinsumos da Embrapa Marcio Vinicius Côrtes, o controle de qualidade é uma atividade importante.

“Trata-se de uma das etapas imprescindíveis na produção dos bioinsumos, independentemente do modelo de produção utilizado. A qualidade do bioproduto está atrelada à sua eficiência no campo. A concentração adequada de células microbianas e a pureza do bioinsumo, ou seja, ausência de microrganismos contaminantes, são fatores-chave para que o produto alcance o seu efeito esperado”, ressalta.

A produção dos bioinsumos envolve investimentos em infraestrutura e em acompanhamento de profissionais capazes de zelar pela qualidade dos procedimentos de fabricação.

Matéria completa: https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/bacterias-aumentam-produtividade-em-lavouras-de-arroz-feijao-e-milho/ 

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